quinta-feira, 11 de julho de 2019

LETRA U

                                 


Por Antonio Odilon

Minha jornada acadêmica teve início na Faculdade de Comunicação de Santos, conhecida como Facos, nos idos finais dos anos 80, quando optei por cursar Jornalismo. A Facos foi a primeira universidade da cidade de Santos, e destaca-se por ter revelado grandes talentos da comunicação, tanto regionalmente como em âmbito nacional.

Ao caminhar pelos corredores e escadarias movimentados da Faculdade naquela época, era comum encontrar figuras que hoje se destacam no mundo da comunicação. Dentre eles, estava Abel Neto, jornalista esportivo da Rede Globo, que iniciava sua carreira e compartilhava seus primeiros textos. Também recordo da presença de Solange Freitas, então aluna, buscando materiais para estudar na biblioteca Roldão.

Outros nomes de destaque, como Luciano Faccioli, experiente radialista da Jovem Pan, e Humberto Perina, Zerri, famosos radialistas da região, também frequentavam a Facos. Alguns deles trabalhavam na produção da "Agencia Facos" ou no premiado jornal "Entrevista", ambos projetos desenvolvidos pelos alunos e orientados pelos experientes jornalistas e professores da instituição. Entre esses mestres, destacavam-se Ouhydes Fonseca e Gerson Moreira Lima, doutores e premiados jornalistas, além do renomado escritor do livro "Releasemania no Brasil", Dirceu Fernandes Lopez, também doutor e professor de História do Jornalismo, entre outras matérias. Uma outra pessoa notável era a professora TeCris Tesser.

Na Facos, não podemos deixar de mencionar o Papa, um talentoso fotógrafo, e Rafael, responsável pela diagramação. Este último ministrava o curso mais desafiador da área de Jornalismo. Uma colega, Cacilda, que cursava o último ano, conseguiu uma vaga no jornal A Tribuna e permaneceu lá por um bom tempo.

Um dos momentos mais marcantes na Faculdade de Comunicação era a "Semana da Comunicação", evento no qual grandes nomes do jornalismo brasileiro eram convidados a participar. Lembro-me vividamente da plateia lotada para assistir à palestra do renomado apresentador da Globo, Carlos Nascimento. Além disso, havia debates sobre os desafios e questões da profissão, todos conduzidos por professores altamente qualificados da Faculdade.

Os anos 90 foram uma época de renovação da informação e o início da tecnologia na região. As transmissões televisivas sobre a região começavam a surgir, e muitos graduados tiveram a oportunidade de trabalhar nas pioneiras TV Litoral e TV Mar, e, posteriormente, na TV Tribuna. Apesar disso, as tecnologias ainda eram raras nas casas das pessoas, como os computadores, por exemplo. O jornal "Entrevista", editado pelos alunos do último ano de Jornalismo, ganhou inúmeros prêmios nessa época.

Durante minha passagem pela Faculdade, tive a chance de conhecer pessoas diversas e frequentar lugares interessantes, além de participar de inúmeras festas. Vale lembrar que, naquela época, a datilografia era uma habilidade essencial, e as máquinas Facit e Remington eram comuns. Gravadores, câmeras fotográficas pessoais e particulares também faziam parte do cotidiano acadêmico.

O curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Católica de Santos, como constava no "Guia do Estudante" lançado à época, foi reconhecido como um dos melhores do país, graças ao quadro de professores altamente qualificados e doutores.

Ao contrário do que inicialmente pretendia, meu interesse pelo jornalismo acabou sendo despertado, especialmente devido ao meu fascínio pelo futebol. No entanto, enfrentei desafios financeiros para custear as mensalidades, e mesmo com o dinheiro ganho em apostas na Loteria Esportiva, acabei tendo dificuldades para concluir minha primeira graduação universitária.




                                                                               
                                                                             









                                         





                                                                                   










             Localizada na avenida  Euclides da Cunha, José Menino , Santos ,  entre os anos
                                            80 e 90 o prédio não existe mais.


                                                 

Tecnologia da época 

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